Nas Matas de Minas, cafeicultores transformam a atividade com apoio do Sistema Faemg Senar

AGRO Destaque

Na semana em que se comemora o dia Mundial do Café (14/4), Minas Gerais tem muito a comemorar! O estado é o maior produtor de café e recordista de exportações em 2024. Atravessando gerações e sendo o combustível para começar o dia, o café tem elevado o agro mineiro a um patamar cada vez mais alto.

A região das Matas de Minas, que vem se destacando como produtora de cafés de excelência, também tem motivos para celebrar!  Composta por 64 municípios, reúne 36 mil produtores, grande parte deles, 80%, possui menos de 20 hectares plantados, e os cafeicultores trabalham em família. Por essa e outras características, o café da região também é conhecido como naturalmente artesanal.

O Sistema Faemg Senar e os Sindicatos de Produtores Rurais da região trabalham junto aos produtores para o desenvolvimento do setor e tem alcançado excelentes resultados que vão desde a recuperação de lavouras, aumento da produtividade, da qualidade, conquistas de prêmios e incentivo à exportação.

Café orgânico tipo exportação

Para Guilherme Espechit, engenheiro ambiental de formação que retomou a produção de café na propriedade da família em Manhuaçu, em 2021, o programa ATeG apareceu na hora certa! Focado na produção orgânica, ele ganhou reforço da técnica de campo Jéssica do Carmo na missão de aprimorar o trabalho e a produção de café com qualidade.

“Depois da formatura apresentei uma proposta para a minha família de produzir café de maneira orgânica”. A proposta foi aceita e ele iniciou o plantio de 13 hectares com apoio dos pais. Ele explicou que a preservação da natureza e o cuidado com o solo e a água durante a produção, é o perfil da família e já era um desejo do meu avô que estudava a técnica desde a década de 1990.  “Com mais acesso a informações e a técnicas estou desenvolvendo o trabalho”.

Este ano, o produtor deu um passo importante na atividade: iniciou a exportação direta. Os primeiros contatos com compradores internacionais aconteceram após ser premiado com o 2º lugar no Cupping do programa de Assistência Técnica e Gerencial do Sistema Faemg Senar – ATeG Café+Forte, em 2024.  Guilherme e a família também criaram a própria marca de café especial.

A técnica de campo Jéssica do Carmo afirma que o objetivo claro da família e a abertura para as adequações ajudaram a superar os desafios e alcançar bons resultados. “Construímos um manejo de sistema orgânico e a coleta seletiva, e a mecanização. Agora estamos organizando a gestão para garantir a estabilidade econômica da atividade”.

Esperança renovada

Em Espera Feliz, na região das Matas de Minas, a pequena lavoura de café do casal Luiz Roberto de Almeida e Maria Terezinha Almeida ganhou vida nova com ajuda do Programa de Assistência Técnica e Gerencial – ATeG Café+Forte, do Sistema Faemg Senar e Sindicato dos Produtores Rurais de Espera Feliz!

A produção de apenas 30 quilos de café  no início do projeto, há cerca de dois anos e meio, chegará a mais de 40 sacas nesta safra, segundo previsão do técnico de campo que acompanha a família, Mário Pechara. Ele destaca que o desafio de recuperação da lavoura foi vencido com muito trabalho, dedicação e estratégia.

“A família não usa agroquímicos, então trabalhamos com manejo manual, podas, rotação de culturas e controle de pragas e doenças com substratos fabricados na propriedade”, explicou. Em 2023, fizeram a primeira adubação da lavoura e atualmente também trabalham com pulverizações, conforme a necessidade das plantas.

Com os resultados positivos, Luiz, que estava trabalhando como pedreiro para sustentar a família, já voltou a se dedicar totalmente ao trabalho no campo. “Nós estamos reaprendendo a cuidar da lavoura graças ao Senar Minas”, afirmou Lúiz que passou a ser exemplo para os vizinhos. Além do ATeG, o casal também participou do Programa Gestão com Qualidade em Campo. “A dedicação e comprometimento com o nosso trabalho está fazendo total diferença”, afirmou o técnico de campo.