Fotos: Polícia Civil de Minas Gerais
Nessa quinta-feira, 27 de março de 2025, a Polícia Civil realizou a prisão de dois suspeitos envolvidos no duplo homicídio ocorrido no bairro Cardoso de Melo, em Muriaé, no dia 5 de janeiro de 2025. As vítimas, Wallace Ferreira da Silva e Juliano César de Oliveira, foram mortas em circunstâncias que envolvem o tráfico de drogas na região.
De acordo com a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a investigação revelou um complexo esquema criminoso envolvendo uma organização criminosa com ramificações interestaduais. O crime teria sido encomendado por um traficante natural de Muriaé, que, atualmente, encontra-se escondido no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. O motivo do homicídio, segundo a polícia, seria um desacerto entre os envolvidos no tráfico de drogas, especificamente relacionado à disputa por drogas e armas entre os grupos criminosos de Muriaé e Coimbra.
A DHPP identificou os executores do crime. O primeiro, um adolescente oriundo de Muriaé, foi localizado na cidade de Ervália, onde se encontrava foragido. O segundo suspeito, R.A.S.T., de 26 anos, natural de Marechal Deodoro, Alagoas, também foi detido na mesma cidade. Ele teve sua prisão cumprida por meio de mandado expedido pela Justiça.
Ainda segundo as investigações, a organização criminosa envolveu dois núcleos para realizar o homicídio. Um dos grupos era responsável pelo suporte logístico, enquanto o outro consistia nos executores, que, inclusive, foram trazidos de outro estado para dificultar as investigações. Durante a operação, a Polícia Civil cumpriu mandados de prisão contra dois homens, de 20 e 25 anos, na cidade de Muriaé, acusados de ajudar na fuga dos assassinos, bem como de esconder o armamento utilizado no crime.
Apesar das prisões, o mandante do duplo homicídio permanece foragido. Além disso, um terceiro suspeito, que teria facilitado a entrada dos executores no local onde as vítimas foram encontradas, ainda não foi localizado.
Em entrevista, o delegado responsável pelo caso, Glaydson Ferreira, ressaltou a complexidade da investigação. “A operação revelou um crime elaborado, com a participação de diversos criminosos em diferentes funções. A utilização de um executor de outro estado, com o intuito de dificultar o rastreamento, demonstra o caráter interestadual da organização criminosa”, afirmou Glaydson Ferreira.
O delegado também explicou que as vítimas pertenciam ao mesmo grupo criminoso que acabou ordenando sua morte. Segundo ele, elas foram executadas por terem subtraído drogas e armamentos do próprio grupo, fato que resultou na “sentença de morte” decretada contra elas.
Os dois suspeitos detidos foram encaminhados para o sistema prisional e permanecem à disposição da Justiça. A Polícia Civil segue investigando o caso e intensifica as buscas pelos foragidos.